Mais de 200 venezuelanos em Roraima são atendidos em ação de saúde da OIM

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12 August 2020

Pacaraima - Com o objetivo de mitigar os impactos da pandemia de COVID-19 e de responder às necessidades de saúde de refugiados e migrantes venezuelanos e de famílias brasileiras vulneráveis, a equipe médica da Organização Internacional para as Migrações (OIM) passou uma semana em Pacaraima (RR). Foram realizados atendimentos nos assentamentos espontâneos, bem como no abrigo institucional indígena da Operação Acolhida. Foram realizados mais de 230 atendimentos pela equipe que levou três profissionais de saúde até a fronteira do Brasil com a Venezuela. Com a Unidade Móvel de Saúde da OIM que viajou de Boa Vista, os dois médicos acompanhados de um técnico de enfermagem, e apoiados pela equipe administrativa, fizeram atendimentos de atenção primária em diversas localidades. "Nesse período de pandemia, o desafio aumentou e é cada vez mais importante que as necessidades básicas de saúde das pessoas mais vulneráveis sejam atendidas. A ação também é uma medida importante para mitigar o impacto da COVID-19", ressaltou a coordenadora de emergência da resposta humanitária da OIM, Lia Poggio. Nos diferentes locais por onde a equipe de saúde passou, foram realizados testes rápidos para sífilis, HIV, hepatite B e C e COVID-19, além procedimentos de drenagem e curativos. Exames de pré-natal, como o de detecção dos batimentos cardíacos de bebês com ultrassom, foram feitos com os equipamentos da Unidade Móvel de Saúde. Muitos dos medicamentos prescritos também já eram dispensados diretamente e sem custos. No abrigo institucional indígena Janokoida foram atendidos, em um dia, mais de 50 idosos, gestantes e crianças da etnia Warao. No assentamento espontâneo Orquídeas, os atendimentos foram realizados com o apoio do Exército nas tendas do Batalhão de Fronteira de Pacaraima. Durante as consultas, casos de doenças relacionados à falta de água potável e saneamento foram assinalados. Um caso de leishmaniose também feito identificado. “A OIM traz a equipe médica e fornece os medicamentos, além de sempre apoiar nosso trabalho nos abrigos e ocupações espontâneas em Boa Vista e agora em Pacaraima”, comenta a médica do Ministério Público e Tribunal de Justiça, Mariângela Nazário Andrade, que esteve no primeiro dia de atividades e atua em parceria com a Operação Acolhida acompanhando e avaliando a situação dos refugiados e migrantes em Roraima. Há seis meses no Brasil, o venezuelano Ramon J. Z. mora na Vila Esperança e foi um dos moradores a se consultar : “Todos os cuidados dos médicos da OIM dão um sentimento de valorização para nós que somos migrantes e estamos em busca de uma vida melhor”, comentou. A iniciativa de atender durante vários dias a população vulnerável no município de Pacaraima partiu de uma primeira ida ao local em conjunto com a Operação Acolhida. À ocasião, foi feita uma avaliação das necessidades das comunidades e elaborado um plano de ação prevendo o retorno da equipe médica. “Este é mais um trabalho que está sendo desenvolvido dentro dessa sinergia de cooperação entre a OIM e a Operação Acolhida. Vemos aqui uma ação que começa para mitigar os efeitos colaterais, mas também pensando em uma solução a longo prazo”, destacou o Coordenador Operacional da Operação Acolhida e Comandante da Força-Tarefa Logística Humanitária, General Manoel de Barros, presente nas atividades na Vila Esperança no primeiro dia do mutirão. Estas ações em promoção da saúde são realizadas com o apoio financeiro do Governo do Japão e do Canadá. O intuito é garantir assistência humanitária nas áreas de atenção primária à saúde por meio do suporte assistencial em saúde a venezuelanos e à população do estado. As atividades são alinhadas e executadas em consonância com o Sistema Único de Saúde do Brasil.